quarta-feira, 23 de abril de 2008

Exposição celebra o aniversário do Bangu

Fonte:FutRio(www.srzd.com/futrio)


Bangu Campeão Estadual de 1966. Em pé:Mario Tito. Ubirajara. Luis Alberto. Ari Clemente. Fidelis e Jaime. Agachados:Paulo Borges. Cabralzinho. Ladeira. Ocimar e Aladim.
Foto: Arquivo Museu dos Esportes

O Bangu completou 104 anos dia 17, mas as comemorações irão até o dia 4 de maio. Pelo menos no Bangu Shopping, novo ponto de encontro da torcida banguense, onde a Praça de Eventos recebe uma exposição com cento e duas fotos que mostram toda a trajetória do clube, sua tradição e importância no cenário esportivo fluminense e brasileiro.

Poucas vezes na história de uma cidade houve tanta sintonia entre um clube e o seu bairro de origem. A cultura do futebol em Bangu nasceu no final do século XIX, dentro da Fábrica de Tecidos Bangu. Técnicos ingleses e escoceses, recém-chegados, falaram com entusiasmo sobre uma nova modalidade esportiva, o futebol, para os operários locais, que ficaram empolgados com a narrativa. Das conversas, nasceu a idéia de se fazer um "field", como os ingleses denominam o campo de futebol. E, no início do século XX, o futebol já era praticado em Bangu, em uma área cedida pela Companhia Progresso Industrial do Brasil, onde foi construído um campo provisório, nos jardins da Fábrica.

O esporte era praticado no tempo livre dos operários da Fábrica. Surgiu como entretenimento entre os trabalhadores e logo se tornou sério e profissional. Assim surgiu em 17 de abril de 1904 o Bangu Athletic Club. Não era raro encontrar nos jornais referências ao The Bangu Athletic Club. Era muito comum manter as referências inglesas do esporte, seja na grafia ou na pronúncia dos lances de cada partida, ou match. Mais tarde o clube teria seu nome adequado à língua portuguesa, se tornando Bangu Atlético Clube.

O equipamento industrial da Fábrica vinha da Inglaterra, dentro de caixas de madeira. Contam que um dia, ao ser aberta uma dessas caixas, encontrou-se, bem camuflado, um pacote contendo uma bola de couro para a prática do futebol, com bomba para enchê-la e alguns pares de chuteiras.

A derrota para o Rio Cricket (5x0) na primeira partida da história, não foi esquecida. O pioneirismo do primeiro clube a escalar um negro em um esporte ainda aristocrático, está presente. O operário Francisco Carregal, ainda em 1905, superou um preconceito vencido por outros grandes clubes do estado somente anos mais tarde.

Os dois títulos estaduais: 1933 e 1966, as maiores glórias, estão registrados, assim como o vice-campeonato brasileiro de 85 e a participação na Taça Libertadores da América do ano seguinte. E tem muito mais.

A exposição está na Praça de Eventos e tem como cenário um carpete verde simulando um campo de futebol. A mostra está aberta de segunda a sábado das 10h às 22h e domingos e feriados das 12h às 21h. O evento é gratuito.

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